Comentários de espectadores

A Fruta e a Casca deu voz à misteriosa Capitu! Manoel Prazeres, Helena Varvaki e Bianca Comparato mergulharam no oceano das entrelinhas de Machado de Assis e nos trouxeram as inquietações da alma de Capitu entre pérolas, lembranças, cheiros, desilusões e esperanças. A idéia brilhante do diálogo da madura Capitu conversando na solidão de seu exílio com a sua juventude se materializa na comovente interpretação das atrizes. A delicadeza da linguagem do espetáculo estimula o imaginário e toca a alma feminina.
Leila Mendes

A Fruta e a Casca é um espetáculo que se dirige intimamente ao espectador: às suas lembranças da personagem Capitu, às suas próprias lembranças de juventude, e também a como ele, espectador, tem ‘conversado’, ao longo dos anos, com o seu próprio passado. É no cenário dos nossos guardados – e daqueles da personagem – que se passa a ação. Mas, a memória não é uma ‘coisa’ que possuímos, e sim uma ‘relação’ que estabelecemos – a cada momento de maneira diferente – com nós mesmos e com os outros – ‘fantasmas’ ou não. A Fruta e a Casca, de certa forma, ‘dança’ a memória (ou com a memória). Às vezes, a dança é suave e delicada, em outros momentos, dolorida e lúgubre. Com A Fruta e a Casca vieram também memórias de vários espetáculos de Manoel e Helena que acompanhei ao longo do tempo. Memória – e presença – de um modo de fazer e pensar teatro que sempre me enriquece e estimula.
Tatiana Motta Lima, atriz e professora de interpretação da UNI-RIO

Assisti ao espetáculo A Fruta e a Casca em cartaz na Casa da Gávea. Trata-se de um trabalho delicado de interpretação das duas atrizes Helena Varvaki e Bianca Comparato com grande afinidade em cena. A direção de Manoel Prazeres é primorosa, cheia de detalhes e tempos que as atrizes executam precisamente. É um trabalho especial, num lindo cenário e figurinos de Leticia Ponzi e luz de Lara Cunha. Vale a pena fazer um mergulho de encantamento com Helena e Bianca na alma de Capitu.
Cristina Pereira

Uma citação do livro genial Dom Casmurro de Machado de Assis nos revela uma criação teatral única. Helena Varvaki e Bianca Comparato orquestradas por Manoel Prazeres oferecem momentos perplexantes, arrebatadores e simples, bem ao estilo da fonte que lhe deu origem. Imperdível.
Doc Comparato, dramaturgo

A Fruta e a Casca traz à cena a enigmática Capitu, de Machado de Assis, numa instigante dramaturgia de Manoel Prazeres, que assina também a sensível montagem. O embate poético de temporalidades, lembranças e afetos da personagem ganha vida e intensidade dramática com as atuações de Helena Varvaki e Bianca Comparato.
Ana Kfouri

Um Machado de Assis íntimo, reservado como confissões em um banheiro feminino. A Fruta e a Casca tem graça e intensidade. A direção de Manoel Prazeres confere novos traços ao jogo de espelhos do romance Dom Casmurro do Bruxo do Cosme Velho. Ressalto o cenário que ambienta um quintal de sonhos ou um sótão vazio e as interpretações delicadas e precisas de Helena Varvaki e Bianca Comparato.
Fábio Ferreira

Uma delicadíssima interpretação sobre a obra de Machado de Assis, com Helena Varvaki e Bianca Comparato dividindo uma das mais intrigantes personagens do escritor, Capitu. Destaco também a cenografia e os figurinos criados por Leticia Ponzi.
Paulo Betti, ator

O que mais me impressiona no espetáculo A Fruta e a Casca é a possibilidade criativa que a dramaturgia oferece às atrizes e aos demais artistas que constróem a cena. Manoel Prazeres reinventa a história de Capitu no diálogo entre o passado e o presente, entre o jovem e o maduro, entre o dentro e o por fora dessa personagem fascinante de Machado de Assis. Ao remontar a trama apoiando-se e apostando em passagens não desenvolvidas no texto original, Manoel nos presenteia com um moderno e, ao mesmo tempo, belo diálogo que ao transgredir as noções de tempo, espaço e personagem, toca e emociona o espectador do século XXI. Helena Varvaki e Bianca Comparato dividem a atuação da personagem Capitu em idades diferentes, e o resultado do jogo entre as duas atrizes soma nuances e detalhes sutis ao texto, enriquecendo a cena de feminilidade e sedução. Um ótimo espetáculo!
Ana Achcar, professora doutora em Teatro da UNIRIO

A Fruta e a Casca é uma prova de que a obra de Machado de Assis permanece viva e instigante. Na livre adaptação do romance Dom Casmurro, feita por Manoel Prazeres, somos surpreendidos com o olhar de Capitu contando a sua versão desta história. É um olhar delicado, detalhista, revelador das entrelinhas. A atuação de Helena Varvaki e Bianca Comparato sublinham este ângulo privilegiado pela adaptação de Manoel Prazeres, que aliás mostra a cada trabalho que é um autor que veio para ocupar um espaço na nova dramaturgia brasileira.
Teresa Montero