Palavras de professora

Após assistir a peça, a professora de literatura inglesa da UERJ, Fernanda Medeiros, nos presenteou com as seguintes palavras:

Querida Helena,

fiquei bastante impactada com a peça, ainda estou com ela dentro de mim.

Os signos “professora” e “chave” ficaram se chocando na minha cabeça e me fizeram pensar que os professores têm a chave, que os professores têm uma chave, que querem roubar a chave dos professores, que sempre tem alguém roubando essa chave, que a chave precisa ficar bem guardada, que o nosso país já roubou a chave dos professores, que temos que inventar chaves novas etc…

Aquele recinto fechado, com os personagens encurralados, me lembrou Albee, Who’s Afraid of Virginia Woolf. Os personagens se chocam entre si, e consigo próprios.

Gosto de ver o humano no teatro. Gosto de teatro quente. (…) Pensei que, de certa maneira, Helena Sergueievna deu sua melhor aula para os meninos ali, na sua casa. Aula na qual ela também aprendeu demais. Educar é isso também, não? Ensinar/aprender tem a ver com chocar-se no espaço, tirar tudo do lugar, vasculhar, experimentar posições diferentes, arriscar, perder, achar a chave, e deixar a chave lá.

Obrigada querida Fernanda, volte sempre! Um grande beijo de toda a família Querida Helena Serguêievna!