A Arte de Lidar segundo as Mulheres

Uma comédia dedicada a Leila Diniz

“o homem se esforça em tudo para ter um domínio direto sobre as coisas, seja buscando entendê-las, seja vencendo-as pela força; já a mulher está sempre e em toda parte fadada a um domínio meramente indireto, intermediado pelo homem, que é o único sobre quem ela tem domínio direto.”
Arthur Schopenhauer, A Arte de Lidar com as Mulheres

“Se eu precisar cuidar de uma coisa, vou ao ginecologista; se precisar cuidar da outra, vou ao analista.”
Leila Diniz, entrevista a O Pasquim, novembro de 1969

Joana vive em Ipanema com suas filhas Flora e Teresa. A vida das 3 mulheres está perfeitamente organizada sem a presença de um homem em casa. Uma certa manhã, Joana recebe um telefonema: é Elisabete, sobrinha do ex-marido. A sobrinha é atriz e vem de São Paulo para os ensaios de um musical: uma montagem de Peter Pan. Seguindo a sugestão do tio, pede para se hospedar na casa da tia. A chegada de Elisabete traz um súbito desconforto ao arranjo familiar.

Elenco:
Sônia Tinoco – Joana
Paola Castilho – Flora
Ludmila Fidélis / Patrícia Elizardo / Silvia Werneck – Teresa
Ana Paula Sant’Anna / Ana Moura – Elisabete

Texto e direção: Manoel Prazeres

“Hera, Atena, Ártemis e Afrodite são as principais figuras entre as mulheres do Olimpo. Poderíamos reagrupá-las assim: Hera e Afrodite, a mulher como mãe e como amante [Joana/Elisabete]; Ártemis e Atena, as virgens, uma, vivente solitária em harmonia com a natureza, a outra, espiritual e operante na coletividade [Flora/Teresa]. E mais ainda se poderia dizer a respeito, isto é, como nessas quatro mulheres estão representadas as quatro possibilidades de feminino. Nessas quatro divindades o feminino é subdividido segundo suas particularidades espirituais e assim se torna compreensível.”
Bruno Snell, A Cultura Grega e as Origens do Pensamento Europeu, 1955